quarta-feira, 23 de março de 2011

França kriptonita


Paris, 23 março 2011. Ontem comecei uma nova fase na França. Me mudei para um quarto, alugado na casa de uma cantora brasileira que vive aqui há muitos anos. É num prédio em frente à Place d’Italie, muito bem localizado. O quarto é legal, com mesa de trabalho, armário e uma cama grande e confortável. Mas o banheiro e a cozinha são compartilhados com ela, o que é meio chato em termos de privacidade. Algumas pessoas me disseram que o preço está alto, considerando que não é um espaço independente: 450 euros por mês. Mas consegui uma opção 100 euros mais barata numa banlieue, há dez minutos do centro de Paris. Acho que vou me mudar para lá no mês que vem.

Continuo usando o apartamento de Marta e Ruben como base para minha pesquisa, já que está situado à côté du Marché d’Aligre. A relação aqui também é mais calorosa e me sinto mais à vontade para fazer as coisas. Mas o quarto é uma boa para trabalhar. Pois fecho a porta e mergulho nas leituras. Uma coisa que me incomoda é que a mulher fuma muito e o cheiro do cigarro atravessa a porta e se instala nas minhas pobres narinas. Ontem, cheguei mesmo a abrir a janela, apesar do frio. Não tenho frescura com cigarro, mas minha senhoria fuma um atrás do outro. Um pouco além da conta. Enfim, coisas da vida cotidiana, às quais nos adaptamos. Faz parte inclusive da experiência como um todo.



Antes de voltar para o Brasil quero me organizar para ir a Londres e a Madri visitar amigos que estão vivendo por lá. Passar um fim de semana com eles. Isso também ajudaria a dar novas perspectivas às coisas que estou vivendo na capital francesa. Sempre gostei muito da França e particularmente Paris. Todas as minhas visitas anteriores se concentraram neste país, cuja alma começo a desvendar. Não gosto dessas viagens de 10 dias num canto, 10 dias em outro. Prefiro mergulhar nos lugares em que estou. Mas agora é hora de viajar mais.

Enquanto isso, a nuvem de radiação da usina de Fukushima chegou hoje à França. E os franceses nem aí. Nem os cientistas. Segundo um instituto conceituado daqui, já deu para a radiação se diluir e eles estimam a massa em 10% do que a que foi gerada pelo acidente de Tchernobyl. No rádio chegaram a falar que é uma radiação inferior à dos telefones celulares... que medo! Vivemos num mundo cryptonita total.

Um comentário:

  1. olá, meu filho ira em outubro estudar Pós em Paris. Irá morar um ano. Estou procurando quarto para alugar. Você tem alguma sugestão.
    Obrigada

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