terça-feira, 8 de março de 2011

Suando em Paris


Paris, 8 março 2011. Hoje foi, de longe, o dia mais quente desde que cheguei à Paris. Fez uns belos 13 graus e eu suei pra burro, tendo saído de casa com pulôver, camiseta de manga comprida, casaco de inverno, cachecol e gorro. Foi quase tudo para dentro da mochila. Passei o dia estudando francês na Alliance e depois peguei o metrô até a estação Saint-Michel para namorar os livros da Gibert Jeune. Ele tem um sebo esperto, com livro a partir de 1 euro. Mas não comprei nada. Não tenho condições de gastar nada em livro neste momento. Espero ansiosamente a grana da bolsa cair na conta, mas no Brasil é carnaval e o processo demora uns 20 dias, de modo que só poderei contar com isso no fim do mês.


Isso coloca um problema mais ou menos sério. É que estou hospedado na casa de Marta e Ruben já há algum tempo, o que é meio chato. A gente acaba atrapalhando o cotidiano dos anfitriões e a sensação de que já estou passando da hora de sair daqui está na minha cabeça. Evidentemente que eles não falam nada, nem sequer dão uma indireta sobre isso, mas, como dizem os mineiros, visita é como peixe, a partir do terceiro dia começa a feder. Enquanto isso, vou sondando possibilidades de aluguel. Está tudo muito caro em Paris. Uma amiga do casal, de Belém, mencionou que há uma brasileira querendo dividir um apartamento com quarto independente perto da Place de Italie, que não é tão longe daqui. Sinto que só falta eu arrumar meu cantinho para o resto das coisas deslancharem por aqui.


Bem, em homenagem à folia, coloco mais algumas fotos do carnaval do domingo passado. Seguindo a sugestão da Giovanna, vou colocar um link para o Tumblr, que é um blog mais friendly para colocar imagens. É isso.

4 comentários:

  1. Uau, Paulinho! Quanta responsa! Mas realmente tenho me identificado muito com o blog. Gosto muito de Paris, apesar da "minha paris ser completamente turística. O comentário que eu tinha perdido era sobre essa história de gentrification. Mas ficou mais claro com os últimos posts. Só que eu acho meio diferente do que acontece aqui no Rio. OU, pelo que entendi, vc está achando semelhante aos grandes empreendimentos de Botafogo?

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  2. Pois é, gentrification é um conceito sociológico, que se refere a um tipo particular de aburguesamento de determinadas áreas da cidade que eram mais pobres. Mas não é uma invasão da elite, e sim de uma classe média, profissional liberal, de artistas, estudantes etc e tal. No Rio, um bom exemplo é Sta. Teresa, onde uma certa classe média, buscando uma vida mais alternativa e "natural" se mudou para lá. O problema é que a presença desse novo morador, com seus hábitos culturais e de consumo, acaba por modificar a morfologia social do lugar. O comércio, por exemplo, percebe que tem um novo tipo de consumidor que, em vez de comprar qualquer pão, quer pão com ervas e farinha integral etc. Ocorre então uma silenciosa disputa entre as várias mentalidades e representações sobre os ideais de um bairro feliz, entre noções diferentes de "autenticidade", patrimônio, enfim, de como o bairro deve ser. A tendência é a classe média "fagocitar" a velha vizinhança, pois os preços sobem e fica economicamente impossível para o antigo morador permanecer e, ao fim de um período, que varia conforme uma série de condições, inclusive o estímulo do poder público, o bairro muda de perfil. Isso ocoreu, por exemplo, com o Leblon, que era popular nos anos 60-70, cheio de favelas e tal. E hoje é o lugar de uma certa elite...

    Em Botafogo, além da invesão das imobiliárias, que estão derrubando o velho casario e as vilas para fazer condomínios exclusivos, há um processo de segregação. O novo morador já vem com a proposta, expressa na publicidade das imobiliárias, de "modernizar" o bairro. Ou seja, o conflito é relativamente explícito. Junte-se a isso, a nova lei do inquilinato, a Copa do Mundo, as Olimpíadas, o boom econômico e estamos vendo um bairro se transformar a olho nu...

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  3. Carnaval em Paris? Descobriram as delicias daqui de baixo do Equador, hehehe?
    Sobre apartamento, se quiser fale com minha irmã, ela mora ai ha uns 15 anos e deve saber de lugares ou pessoas. Não tenho o telefone porque ela se mudou ha pouco, mas o email é cantocapu@hotmail.com, e o nome dela é Ursula.
    Bjs

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  4. Salve, Andrea! Obrigadíssimo! Vou enviar um e-mail pra Ursula. Talvez ela saiba de algo. Bjs.

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